Amanhã abre a janela da 6ª etapa do CT, o Quiksilver Pro, a competição vai acontecer na mítica onda de G-land, uma das esquerdas mais desejadas do mundo.
G-Land foi descoberta por dois surfistas americanos, Bob Laverty e Bill Boyum em 1972, os dois aventureiros avistaram as “perfect lines” quando sobrevoavam a ilha de Java em um avião pequeno, eles fizeram todas as anotações possíveis de localização, depois organizaram uma expedição com trajetos de moto e caminhadas longas até conseguirem chegar e acampar no pico, surfando ondas de 8 pés perfeitas. Dias depois Bob acabou falecendo em um acidente de surfe em Bali, contudo Bill continuou voltando ao local, para concluir essa história de desbravamento, o irmão de Bill abriu o primeiro surf camp do mundo em G-Land.
G-Land é uma onda rica em todos os aspectos, inclusive na história, ela volta ao tour 25 anos depois de sua última edição, o campeonato aconteceu por três vezes em 1995, 96 e 97, a etapa estava confirmada também para o ano de 1998, mas foi cancelada em virtude da crise asiática que assolou o continente naquele ano. A instabilidade política e o ataque terrorista em Bali no começo dos anos 2000 acabaram contribuindo para que G-Land caísse no esquecimento do calendário da ASP.
Kelly Slater, Shane Breschen e Luke Egan foram os três surfistas que entraram na história como campeões em G-land, 25 anos depois, o infindável Kelly volta à bancada javanesa com chances reais de vitória.
Graças a G-Land a diretoria da então ASP criou o conceito do “Dream Tour”, que tinha como princípio realizar competições em ondas grandes e perfeitas, a serem escolhidas em suas melhores épocas do ano. Antes, os eventos eram realizados em beach breaks de grandes cidades ao redor do mundo, buscando o maior público presente na praia. Com a chegada da tecnologia e a inquietude de um personagem importantíssimo na história do surfe, pioneiro em absolutamente tudo que fez, o visionário e pouco lembrado Mano Ziul, sempre apoiado por outro visionário, o poderoso chefão da ASP á época, o lendário Al Hunt, hoje, podemos ver G-Land ou qualquer outra etapa no mais longínquo destino sentado no conforto de nossa poltrona em casa, viva Mano Ziul.
G-Land é uma incógnita para os atuais surfistas do tour, por ser uma esquerda longa que cobrará dos surfistas a aplicação de todos os fundamentos, ela se diferencia com relação a abordagem das demais ondas, aquele que aproveitar melhor as seções de tubo com certeza serão mais bem pontuados, mas não se pode esquecer que há espaço ainda para alta performance e progressividade, tendo a acreditar ainda que o julgamento pontuará bem também, aquele que inverter direção e não perder o "time" da onda. Os líderes Filipe, John John, Jack Robinson e Ethan Ewing são os caras que certamente conseguirão aproveitar os espaços das faces de G-Land. Apesar de ser uma esquerda longa, característica que não privilegia o surfe de Ítalo, o Brabo pode se encaixar bem, já que ele é tão veloz quanto a onda.
Gabriel Medina está voltando depois de oito meses, G-Land é o encaixe perfeito para seu surfe, contudo, apesar dele ser o grande surfista do tour, único tricampeão em atividade, é preciso ver se ele volta com aquele ritmo competitivo de predador, veremos isso amanhã. G-Land nem começou e já causou baixas, Seth Moniz se machucou e será substituído por Yago Dora, se estiver completamente recuperado, Yago é um nome para chegar na frente. Entre as meninas, Tatiana Weston-Webb tem o melhor perfil para apostar em G-Land, ela surfa de frente para a onda, tem um surfe power e boa técnica para entubar, enfim, G-Land voltou com toda sua mítica, a chamada será amanhã as 21 horas, o fuso é horrível mas a onda é linda, não perca, certamente será uma das melhores etapas do ano, se não a melhor.
Até lá.
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