Depois de um fim de semana off, a competição em Saquarema retornou com boas ondas e muita ação na água.
Jack Robinson parece que é o herdeiro do contrato de Julian Wilson com Netuno, assim como Julian, ele é aquele cara que sempre entra uma onda nos cinco segundos finais da bateria, como a onda, geralmente a nota sempre vem, recentemente ele venceu alguns brasileiros surfando no soar da sirene, virando a bateria sob muita polemica, hoje Jack precisava da maior nota da bateria, a onda veio, ele de fato fez a melhor nota do confronto, mas não foi o suficiente para virar, na entrevista Jack parecia inconformado, ele declarou que, para ele, ele virou. Obviamente ninguém gosta de perder baterias tão pareadas, no segundo dia de evento, ao perder no elimination round levando a virada no minuto final, Griffin Colapinto encarou sua derrota na boa, “ganhar ou perder no minuto final é do jogo” disse Colapinto, já Jack parece não ter esse “fair play”, ele dá indícios que está muito mal acostumado a só vencer, menos garoto, menos. Na outra ponta da história a torcida australiana viveu um dia de torcida brasileira, foi ao Instagram da WSL reclamar, “Robinson got robber” (Robinson foi roubado) escreveu um, “World Shame League” escreveram outros. Quando se trata de subjetividade, todos querem ganhar, geralmente a gringaiada ganha neste quesito, porém, hoje foi dia dos australianos perderem.
Samuel Pupo entrou na bateria seguinte fazendo a maior nota do dia sob o cara que havia feito a maior nota do evento, Caio Ibelli. Único surfista a fazer 10 pontos em Saquarema, Caio enfrentou um Samuel inspiradíssimo, o caçula dos Pupo fez através da combinação de boas manobras e um aéreo limpo a maior soma do evento, 17 pontos, fazendo Caio embarcar na primeira combi do dia.
Ítalo achou as direitas que normalmente lhe deixam mais competitivo, com dois aéreos ele avançou sobre Michael Rodrigues, que ao contrário de Ítalo não conseguiu encontrar as rampas para entrar no jogo, Michel também sabe jogar o jogo de aéreos muito bem, mas hoje não rolou. Nas quartas de final com as direitas mais escarças, Ítalo enfrentou o também goofy Miguel Pupo, com seu surfe de linha, polido, com manobras definidas, Miguel dominava o confronto, Ítalo vinha com um surfe frágil, esquerdas manobráveis são o calcanhar de Aquiles de seu surfe, até que, faltando quatro minutos para o final subiu uma direita que proporcionou a ele a execução de seu recurso final para passar baterias, o aéreo. Ítalo fez um full rotation voando baixo, mas combinou com uma rasgada curta e uma batida desenhando a junção, ele precisava de 8.17 e marcou 8.17, vencendo uma bateria que ele e Miguel fizeram exatamente a mesma soma 13.34.
Na penúltima bateria do round dos 16 Yago jogou o jogo do Ethan, o brasileiro surfou na borda vencendo o australiano que tem o surfe mais bonito do tour, ao passar pelo aussie Yago estabeleceu um novo recorde para o surfe brasileiro, pela primeira vez, seis dos oito surfistas nas quartas de final eram brasileiros, Mateus, Samuel, Italo, Miguel, Filipe e Yago tinham grandes chances de ir mais além, fazer uma semifinal com quatro surfistas brasileiros, veremos isso mais a frente.
No confronto entre a nova geração brasileira o raçudo Samuel Pupo venceu o convidado Mateus Herdy, enquanto esperava a boa, Mateus viu seu amigo Samuel surfar duas ondas intermediarias, sem a boa que acabou não entrando, Mateus ficou, Samuel passou. No confronto seguinte Filipe não deu chances a Connor O´Leary, podemos resumir essa bateria com a seguinte frase: O australiano vai para J-bay de combi.
Na última bateria do dia Yago entrou contra o único gringo ainda vivo no evento, o australiano que despachou Gabriel Medina, ninguém menos que o encrespado Callum Robson. Ao contrário de Gabriel que deixou Callum surfando sozinho, Yago já começou colado no aussie abrindo sua bateria com uma nota na casa dos sete pontos, na onda seguinte Yago melhorou ainda mais sua apresentação abrindo uma vantagem grande, Callum tentou, mas diferentemente de sua bateria contra Medina, onde ele usou e abusou das direitas, contra Yago, as direitas não subiram, as notas de Callum também não, com isso, o Brasil pela primeira vez garantiu a vitória de uma etapa com um dia de antecedência, isso porque quatro dos quatro surfistas da semifinal, são Brasileiros; Samuel Pupo, Ítalo Ferreira, Filipe Toledo e Yago Dora, um deles vencerá em Saquarema, se não for Filipe, Saquarema conhecerá um novo campeão. Não sendo Filipe ou Ítalo, o surfe brasileiro conhecerá um novo campeão de etapas.
Amanhã a competição termina, entrarão na água as semifinais e finais de homens e mulheres, então, conheceremos os campeões do Oi Rio Pro 2022, desta vez, 100% da torcida vai para Tatiana Weston-Webb, para que tenhamos pela primeira vez uma dobradinha brasileira no ponto mais alto do pódio aqui no Brasil.
Aloha!
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