O MEO Vissla Pro Ericeira, segunda etapa do Challenger Series terminou ontem, com o fim da etapa de Portugal o circuito que dá acesso a elite do surf mundial começa a ser desenhado com os rostos daqueles que estão com reais possibilidades de subir para a elite do surf mundial.
Muitos nomes novos como Jacson Baker, Callum Robson, Shun Murakami e Cole Houshmand, além de velhos conhecidos como Ezekiel Lau e Nat Young, estão dominando o challenger, com cinquenta por cento do circuito realizado é bom ver que haverá uma grande renovação o ano que vem. Na contramão da renovação, será bom também ver o Nat Young mais uma vez na elite caso ele confirme a boa fase, a impressão que tive é que embora ele tenha feito três finais em sua passagem pela elite, Bells e Portugal em 2013 e Fiji em 2014, perdendo para Adriano de Souza, Kai Otton e Gabriel Medina respectivamente, Nat é um cara que poderia ter ido mais longe entre os melhores do mundo, espero que agora ele solidifique seu acesso e confirme as expectativas.
Voltando ao Meo Vissla Pro Ericeira, os havaianos fizeram a festa vencendo na categoria masculino e feminino com Ezekiel Lau e Luana Silva no ponto mais alto do pódio. Luana venceu a conterranea havaiana Gabriela Bryan, que, assim como em Portugal, no US Open foi vice campeã também, com esses resultados Gabriela Bryan lidera com folga o ranking feminino do Challenger, provavelmente a havaiana será um dos novos nomes entre as meninas da elite.
Entre os homens o havaiano Imaikalani DeVault foi o cara que fez a maior somatória do evento 19.60 pontos com direito ao primeiro dez do Challenger, Nat Young fez duas baterias arrasadoras, no R16 ele somou 19.30 pontos, segunda maior somatória do evento, já nas quartas de final o americano de Santa Cruz anotou 18.23 pontos no placar, contudo, tanto Imaikalani quanto Nat pararam nas semifinais, perdendo para Jackson Baker e Ezekiel Lau, surfistas que vinham passando baterias discretamente.
Na grande final Ezekiel Lau conseguiu maior regularidade alcançando dois high scores, vencendo não apenas a competição em Portugal, mas assumindo também a liderança do ranking Challenger Series. Lau é um surfista extremamente competitivo, tendo alcançado a liderança do circuito na metade dele, mesmo não tendo uma folga tão significativa, com o Havaí ainda por vir, podemos dizer que ele é um dos principais candidatos a estar na elite em 2021, em seu caso, a voltar para a elite.
Entre os brasileiros Alejo Muniz foi quem chegou mais longe ficando com a quinta colocação, com essa classificação Alejo se coloca entre os vinte melhores surfistas, com um horizonte de boas chances pela frente, Alejo costuma surfar bem na França e em Haleiwa. Assim como Alejo, João Chianca e Thiago Camarão também têm chances reais de chegarem a elite do surf mundial, embora todos eles estejam fora da linha de corte, nesse momento eles ocupam a 20°, 14ª e 18ª colocação no ranking respectivamente.
Ítalo Ferreira e Kanoa Igarashi, campeão e vice campeão olímpico, dois surfistas que fazem parte do primeiro pelotão do WCT competiram em Portugal e perderam na mesma fase, em baterias diferentes eles perderam no round dos 48, perder é do jogo, saber perder deveria ser também, ao longo de uma carreira se perde bem mais do que se ganha, nesse sentido o destaque negativo ficou por conta da atitude de Ítalo Ferreira, o campeão olímpico saiu do mar faltando oito minutos para terminar sua bateria. Ítalo saiu da agua quando estava na terceira colocação de uma bateria que Nat Young e Thiago Camarão passaram em primeiro e segundo lugar respectivamente, o campeão olímpico alegou um estranho cansaço para quem surfava sua única bateria do dia. Essa não foi a primeira vez que Ítalo abandonou uma bateria antes do fim, em 2019 na etapa de Bells Beach ele saiu do mar faltado cinco minutos para o final ao cometer uma interferência, deixando Jordy Smith só no outside. Ítalo é um monstro dentro d’água, mas certamente esse não é o tipo de comportamento que mereça aplausos.
Com apenas duas etapas pela frente para definir os surfistas que subirão para a elite, o cenário para os brasileiros não é exatamente bom, nesse momento nenhum dos nossos surfistas está na linha de corte, vamos aguardar França e Havaí, porque Estados Unidos e Portugal não nos favoreceu, dia 16 abre a janela da França, tendo boas ondas essa é uma das melhores etapas para assistir.
Até lá, Aloha!
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