top of page
Foto do escritorRedação | Vision Surf |

O Surf Ranch começa sexta, afunilando o caminho para quem busca a vaga no WSL Finals.

Atualizado: 17 de jun. de 2021

Próxima sexta começa o Surf Ranch, sexta etapa das oito que definirão os cinco finalistas para o WSL Finals, e última etapa antes das olimpíadas, o Surf Ranch esse ano têm muitas ausências, por tanto, a competição está repleta de convidados, vai ser um evento cheio de caras novas. Se tudo acontecer dentro do previsto, o Surf Ranch e as duas etapas restantes podem abrir um precedente perigoso para o modelo que a WSL escolheu como modo de eleger o campeão, falaremos disso mais abaixo.

Estão fora da competição na piscina por diversos motivos: Tyler Wright, Bronte Macaulay, Macy Callaghan, Lakey Peterson, Jordy Smith, John John, Julian Wilson, Jeremy Flores, Michel Bourez e Kolohe Andino, dez surfistas da elite entre homens e mulheres, eles abriram um espaço poucas vezes visto em uma etapa do tour, veremos jovens talentos competindo com os melhores do mundo e velhos conhecidos de volta a um evento do tour, nomes já conhecidos como Patrick Gudauskas e Nat Young estão escalados para vestirem novamente uma lycra da elite, Nat era um surfista que a Califórnia nutria muitas expectativas, ele tinha um grande potencial a ser explorado, logo em seu segundo evento no tour ele fez final, em Bells 2013 contra nosso Capitão Nascimento Adriano de Souza, no ano seguinte ele repetiu a dose em Fiji, perdendo para outro brasileiro, Gabriel Medina, que naquela ocasião vencia sua segunda etapa no ano, solidificando o caminho para o inédito título mundial do Brasil. Nat passou quatro anos na elite, de 2013 a 2016, em dois deles finalizou o ano como Top 10, mas caiu em 2016 e nunca mais conseguiu voltar, vai ser bom vê-lo surfando entre os melhores do mundo novamente, certamente nas direitas ele deve quebrar, com seu backside lapidado em Steamer Lane. Já Patrick Gudauskas passou duas temporadas pela elite, embora sua família seja muito cultuada na Califórnia, mais especificamente dentro do ambiente do surfe, competitivamente, nem ele tão pouco seus irmãos Tanner e Dane conseguiram notoriedade, mas eles sempre têm em mãos um convite V.I.P. para competir, só lamento a ausência do Brett Simpson, seria muito legal vê-lo na piscina, Brett ainda quebra.


Eli Hanneman

Dentre os tantos convidados, dois deles merecem atenção especial, o brasileiro Lucas Vicente, campeão mundial júnior em 2019, e, aquele garoto que nos surpreende a cada post, e que muitos a chamam de fenômeno, o havaiano Eli Hanneman. Será bom observa-los surfando ente os melhores do mundo, em uma onda que oferece as mesmas possibilidades para todos e exige do surfista domínio total sobre todos os fundamentos do surf. O Surf Ranch oferece 700 metros de espaços para criatividade, precisão e força, a onda é uma tela em branco que pode ser explorada e preenchida pelo talento desses dois surfistas, Lucas e Eli são surfistas versáteis, eles podem surpreender se souberem controlar a pressão que é competir na elite, vamos observar.

Além deles será bom ver como se comportarão os três novatos, Morgan Cibilic, Matthew McGilivray e Jack Robinson, Morgan é TOP5, ele não tem a progressividade que sobra nos outros dois, mas tem aquilo que é fundamental para qualquer campeão, mente vencedora, de olho no moleque.

Griffin Colapinto conhece os atalhos do Surf Ranch, ele ficou com a quarta colocação na piscina em 2019, depois de duas semifinais na Austrália (Narrabeen e Margaret) é natural que ele esteja focado em melhorar seu resultado na piscina, neste momento ele ocupa a oitava posição do ranking, não é nada difícil ele se colocar entre os cinco, para isso ele conta com a ausência de Jordy e John John e ainda com o retrospecto ruim do Conner Coffin naquela onda, os três caras que estão entre ele e a quinta posição, o californiano vai com força total para o Rancho.

Outro cara que fez um excelente resultado no Surf Ranch em 2019 foi Owen Wright, ele ficou com a terceira colocação, fazendo exatamente a mesma pontuação que o vice-campeão Filipe Toledo, 17.33 pontos, Filipe ficou com a segunda colocação porque tinha a melhor nota, uma onda de 9.63 pontos. Na 25º posição no ranking esse ano, o atleta olímpico e ex potencial campeão mundial, precisa repetir a façanha de 2019 se não quiser correr o risco de cair, Owen vive um momento crucial, não tem mais margem para erros, aos 31 anos, se ele cair é pouco provável voltar, más para sua sorte, ainda tem Teahupoo pela frente.

Quando Kelly construiu a piscina ele não pensou em uma onda, e sim um parque de diversões, o Careca criou uma esquerda mais cheia, que cabem manobras mais softs na sessão inicial, com um tubo na sessão final e espaço para progressividade na finalização. A direita é uma onda mais em pé, mais rápida, com possibilidade de progressividade logo na saída, com duas seções longas de tubos, sendo a segunda um tubo veloz e furioso, vamos resumir: O surf Ranch foi feito para o conforto dos regulares, mas destruindo todas as expectativas, apenas um goofy venceu ali, Kelly construiu seu parque de diversões, mas dizem por ai que o dono é Gabriel Medina.


Gabriel Medina - Foto: WSL

Gabriel venceu todas as competições validas pelo o tour nas linhas de agua doce, mais que isso, venceu também o evento teste, o grande trunfo do bicampeão é surfar sempre no mesmo patamar para os dois lados, arriscando mais na saída, deixando claro seu comprometimento e finalizando com inovação, o Kerrupt virou sua marca registrada, acredito inclusive que o champ esteja treinando para finalizar de maneira ainda mais surpreendente esse ano. Por tudo que já vimos de Gabriel nas competições anteriores no rancho e pelo ano extraordinário que ele vem fazendo, é difícil não apontá-lo como principal candidato para a vitória, por ouro lado é muito difícil um surfista vencer três anos consecutivos o mesmo evento, se considerarmos o evento teste, seriam quatro, más devemos reconhecer, Gabriel não é qualquer surfista.


Filipe Toledo - Foto: WSL

Outro brasileiro que mantem a consistência no Rancho é Filipe Toledo, assim como Gabriel ele vem repetindo ao longo dos anos a mesma colocação, suas sucessivas derrotas para Gabriel passam pelo detalhe do ubatubense não conseguir alcançar o mesmo patamar de notas na esquerda, em dois anos de competições naquela onda, sua melhor onda de back foi um 7.70, isso é muito pouco para finalizar um predador como Gabriel, esse ano ele deve se manter na linha de frente, mas se não melhorar muito na esquerda, será difícil vencer.

Yago Dora é um surfista completo que está começando a criar musculatura competitiva, ele está na 10ª posição do ranking e pode ganhar posições importantes no Surf Ranch para tentar uma vaga entre os TOP5, o surfe de Yago se encaixa perfeitamente nas ondas mecânicas, se ele conseguir melhorar duas posições no rancho, abrem-se realmente as portas do WSL Finals para ele, e parece que Yago está começando a curtir a coisa da competição.

Embora seja quase impossível que Ítalo perca a vice-liderança, essa etapa é de longe a mais difícil para ele, em dois anos competindo no rancho o potiguar nunca fez uma onda de 7.00 pontos para a esquerda, sua melhor nota de front é 6.57, o Surf Ranch expõe aquilo que talvez seja a única fragilidade no surfe de Ítalo, seu frontside de manobras muito picado e pouco eficiente, espero que esse ano ele consiga corrigir isso, corrigindo ele chegará em notas mais altas surfando de frente para a onda, equilibrando seu desempenho e chegando em resultados melhores, até agora seu melhor resultado foi uma nona colocação.

Com os contornos que estão se desenhando no ranking e o novo modelo que a WSL adotou para eleger o campeão, a entidade pode abrir um precedente perigoso para sua credibilidade, caso Gabriel Medina confirme este ano aquilo que ele fez nos últimos anos, vencer no Surf Ranch e fazer final em Teahupoo. Se isso acontecer o champ finalizará Teahupoo com mais de dez mil pontos à frente do segundo colocado, e o que isso quer dizer? Que nos 45 anos anteriores do surfe profissional, Gabriel Medina seria campeão antecipado. Independente dele venceu o WSL Finals ou não, ele expõe por A+B que o modelo em questão pode até ser bom para a audiência como a WSL acredita, más é injusto para os surfistas, esse modelo deixa de escolher o melhor surfista do ano, para escolher o melhor surfista do dia, que por acaso, pode até ser o melhor do ano, só por acaso.

O Circuito está chegando na reta final, o SurfRanch é uma etapa que promove igualdade de condições para todos, é a única etapa que tem hora para começar e terminar, com tanta previsibilidade, tente ao menos arriscar um resultado menos previsível, afinal a WSL nunca teve tantos nomes diferentes em uma única etapa, façam suas apostas.

Segue os surfistas convidados:


Feminino:

Amuro Tsuzuki, Coco Ho, Kirra Pinkerton, Alyssa Spencer e Caitlin Simmers.


Masculino:

Lucas Vicente, Eli Hanneman, Nat Young, Patrick Gudauskas, Michael Dunphy, Jabe Swierkocki e Liam O´Brien.





266 visualizações0 comentário

Comentarios


bottom of page