A última semana foi bastante movimentada no mundo do surfe, houveram declarações explicitas, interpretações cada vez mais interpretativas, anúncio de parada e premiação inédita para um surfista, esse mundo de coisas, causaram debates e polemicas nas redes sociais de pessoas que estão ficando cada vez menos sociáveis.
O Jornalista brasileiro Steve Allain, front man da Moist, escreveu uma matéria bem pensada, bem redigida e muito coerente para a revista australiana STAB, a STAB publicou em sua seção Premium, por tanto, apenas para assinantes. Na matéria Steve levantou um questionamento sobre o qual muito se especula, o fato do domínio brasileiro no circuito mundial “possivelmente” atrapalhar a capitação de patrocínios para a WSL, por consequência, os atletas brasileiros serem mal jugados em suas baterias. A matéria fala de maneira muito ampla sobre uma teoria conspiratória que é muito discutida em grupos de surfe em boa parte do mundo, Steve fez um raio X cirúrgico, colocou a opinião de surfistas, shapers e a sua própria, e ao final entendeu que a WSL que não está sabendo lidar com esse domínio, para extrair o melhor que o grupo chamado Brazilian Storm pode oferecer comercialmente, deixando claro nas entrelinhas que as teorias conspiratórias não passam de meros devaneios. A matéria foi bem pensada, bem escrita e mal interpretada, principalmente por pessoas que não leram.
O campeão mundial Ítalo Ferreira, que já embarcou para a Terra do Sol Nascente, fez uma coletiva de imprensa e declarou que vai para Tóquio para destruir todo mundo, o champ está confiante, em suas redes sociais podemos vê-lo em treinamentos físicos e também em um exaustivo festival de aéreos dentro d´água, Ítalo parece ter a certeza que vai definir seu título usando esse fundamento, onde aliás, ele é o cara mais consistente. Não podemos negar, o perfil das ondas na praia de Tsurigasaki, onde acontecerá as competições, pede aéreos. Partindo desse princípio, Ítalo é o grande favorito para o ouro olímpico, contudo, não é aconselhável que ele ou qualquer outra pessoa pense assim, em uma competição onde tem Gabriel Medina, favoritismo ou qualquer pretensão de vitória só se confirma realmente quando a competição acaba, é verdade também, que Ítalo é o cara que mais conhece os caminhos para vencer Gabriel Medina, vamos aguardar as olimpíadas, uma coisa é certa, é difícil tirarem o ouro do Brasil.
Ainda sobre olimpíadas, muito se especulou sobre a possível ida de Kelly Slater aos jogos olímpicos, essa possibilidade foi definitivamente afastada, na última quinta a equipe americana de surfe embarcou para Tóquio. A bordo desse sonho estavam Carissa Moore, Caroline Marks, Kolohe Andino e John John Florence, além do ex-surfista da elite Brett Simpsom, que é o técnico do time do Tio Sam, e outros membros da comissão como medico, fisio e um filmaker. Com todo respeito a Kolohe e John John, boa parte do mundo gostaria de ver o pré-cinquentão Robert Kelly Slater disputar uma olimpíada, seria mais uma façanha na carreira do cara que é um divisor de aguas dentro do surfe, Kelly tinha tudo que o surfe poderia lhe dar, mas ao prolongar demais sua carreira, ele deu tempo para o tempo reconhecer que não se pode ter tudo na vida, na vida de Kelly faltou as olimpíadas.
Na contramão da história de Kelly está o australiano Julian Wilson, que vai estar nas olimpíadas, o aussie anunciou ontem que vai se retirar do tour, ele não deixou claro mas isso deve acontecer de imediato, ele não deve voltar para o tour depois das Olimpíadas. Em seu comunicado Julian diz que vai fazer uma pausa por tempo indeterminado, para priorizar sua família, mas que, isso não significa sua aposentadoria, em algum momento ele deve voltar.
Em matéria publicada no dia 21 de maio, nós já falávamos sobre um conjunto de fatores que possivelmente faria alguns nomes do tour pararem ao final do ano, Julian era um deles.
Para finalizar, sábado passado, 10 de julho, aconteceu em Nova Iorque a cerimonia de divulgação dos vencedores do ESPYS Awards 2021, um prêmio concedido através de voto popular a desportistas das mais diferentes modalidades em todo o mundo, mantido pela multinacional dos esportes ESPN.
A premiação acontece desde 1993 e tem como objetivo premiar e celebrar a excelência nos esportes, protagonistas dos esportes em todo o mundo, sejam eles de esportes individuais ou coletivos, foram premiados. Embora o surfe não seja essencialmente uma categoria a ser premiada, o surfista brasileiro Gabriel Medina levou o prêmio de melhor atleta masculino de esportes de ação, deixando para trás além de outros surfistas, também skatistas e snowboarders.
No surfe masculino nem mesmo Kelly Slater conseguiu este feito, embora tenha sido indicado por cinco vezes. Além de Slater, nomes como: Mick Fanning, Andy Irons, John John Florence e o bigrider Grant “Twiggy” Baker, também já haviam sido indicados, todos naufragaram na missão. Já entre as meninas, Sofia Mulanovich, Stephanie Gilmore e Maya Gabeira já haviam conquistado a honraria.
Além de Gabriel, nomes como: Cristiano Ronaldo, Lewis Hamilton, Novak Djokovic, Tom Brady, Simone Biles e Stephen Cury, dentre outros grandes nomes do esporte, sagraram-se vencedores em suas categorias.
Às vésperas de embarcar para Tóquio, o surfista brasileiro coloca na bagagem mais um fator motivacional para representar o Brasil junto com Ítalo Ferreira, Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb nas Olimpíadas. Parabéns a Gabriel por mais um prêmio inédito e boa sorte a todo o time brasileiro na inédita participação do surfe nos Jogos Olímpicos.
Aloha!
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